No dia 25 de fevereiro, comemorou-se o Dia do Agronegócio no Brasil. Essa data é uma homenagem a todos os trabalhadores e empresas envolvidas na produção, processamento e distribuição de produtos agrícolas em todo o país. E, nos últimos anos, a internet 4G tem sido uma grande aliada da agricultura brasileira, trazendo benefícios significativos para o setor.
Apesar do produtor rural brasileiro ser um grande adepto às tecnologias que podem trazer melhor gestão e maior produtividade, o campo ainda enfrenta um grande gargalo quanto à falta de conectividade. Em contrapartida, iniciativas privadas e públicas têm promovido a expansão da cobertura em áreas rurais e remotas por meio das telecomunicações.
Pensando nisso, este artigo aborda os marcos e desafios do agronegócio brasileiro, bem como a importância do 4G em 700MHz para a produtividade agrícola. Ótima leitura!
Agronegócio brasileiro é marcado por grandes conquistas e gargalos de conectividade
O Brasil possui um total de 5.073.324 estabelecimentos agropecuários, que ocupam uma área total de 351,289 milhões de ha, ou seja, cerca de 41% da área total do país. É o que aponta o Censo Agropecuário, pesquisa divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais do que extensão física, a produção agrícola é um dos setores mais sólidos da economia, visto que é responsável por 27% do PIB brasileiro. Mesmo com o aumento de custos ocasionados pelos problemas climáticos e pela instabilidade geopolítica mundial em 2022, os números para 2023 são animadores.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), o PIB do agro deve crescer em 2,5% se comparado aos resultados do ano anterior. Da mesma forma, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê cerca de 310,9 milhões de toneladas produzidas, representando um aumento de 14%.
Além das condições ambientais ideais, o país figura uma importante posição no mercado global graças ao investimento em pesquisa e à agricultura digital, como uso de máquinas, drones, sensores e inteligência de dados. São essas ferramentas de precisão que habilitam a otimização das cadeias produtivas, trazendo sustentabilidade e novas oportunidades de negócios.
Apesar disso, a digitalização das fazendas não é uma realidade de todo o Brasil. Isso porque, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 73% das propriedades rurais não estão conectadas.
Sem sinal de internet rural, os agricultores não extraem o máximo das tecnologias que possuem, pois os dados processados pelas máquinas deixam de ser integrados à rede em tempo real, dificultando análises e tomadas de decisões assertivas.
Além da dimensão produtiva, a falta de conectividade distancia os produtores rurais do acesso a serviços públicos, da educação formal e mesmo da interação e entretenimento.
É nesse sentido que a expansão da internet 4G torna-se relevante, já que de forma simples e interoperável, ela oferece monitoramento e controle de equipamentos, acesso à informação e melhoria da segurança no campo.
Por que a internet 4G é a solução mais aderente às necessidades dos produtores rurais?
A internet 4G é a quarta geração de tecnologia móvel, projetada para fornecer conexões confiáveis de alta velocidade. Desde a sua introdução, ela tem sido usada para conectar pessoas e empresas em todo o mundo, com um impacto particularmente positivo no agronegócio brasileiro.
Por ser uma rede móvel, os agricultores podem utilizar a internet 4G para obter informações a partir de smartphones ou tablets em qualquer lugar, quando quiserem. Tais dados incluem, por exemplo, previsões meteorológicas, preços de commodities e tendências do mercado.
De tratores e colheitadeiras até sistemas de irrigação e sensores de monitoramento, os produtores podem lançar mão da internet 4G para detectar remotamente pragas e doenças nas lavouras, bem como monitorar o nível de umidade do solo da plantação. Assim, medidas corretivas podem ser tomadas antes que os problemas se tornem mais críticos.
Vale ressaltar que, embora a tecnologia 5G seja considerada uma evolução da rede 4G, sua implantação ainda está nos primeiros estágios, não sendo facilmente acessível para todos os usuários das áreas remotas. Em contrapartida, a quarta geração é um padrão global formado por equipamentos amplamente utilizados na cidade e no campo.
Outro fator importante é o custo. A internet 4G em 700 MHz possibilita atingir milhares de hectares com apenas uma simples infraestrutura formada por torre, rádio e antenas, englobando diversos dispositivos compatíveis. Para fins de exemplo, o valor para instalação de uma antena 4G vai de um quarto a meia saca de soja por hectare – de R$45 a R$95, em média.
Em resumo, essa é uma tecnologia que oferece agilidade no cruzamento de dados, sendo suficientemente rápidas para a maioria das aplicações agrícolas.
Fomento à cobertura da internet 4G em 700MHz é propósito da ConectarAGRO
Devido às grandes dimensões do meio rural e dos altos investimentos em infraestrutura, a instalação pode ser um processo que foge das mãos dos pequenos e médios produtores.
É aí que entra a ConectarAGRO, associação sem fins lucrativos formada por diferentes empresas de telecomunicações e do agronegócio. Seu único propósito é fomentar a ampla conectividade na zona rural por meio do 4G em 700MHz, de forma a revolucionar a forma de produzir no campo e facilitar a integração de toda a cadeia agrícola.
Até o fim de 2022, a iniciativa ajudou a promover a expansão de mais de 12 milhões de hectares de 4G nas áreas remotas do Brasil. Os números beneficiam mais de um milhão de pessoas em 485 municípios de 12 estados diferentes.
Além disso, a ConectarAGRO trabalha em parceria com diferentes agentes pertinentes ao agro, como fundações, universidades, empresas e organizações públicas.
Em resumo, a Associação busca garantir que os agricultores brasileiros tenham acesso às tecnologias mais avançadas e possam aumentar sua produtividade, melhorando a eficiência do setor agrícola como um todo.
Fonte: Blog ConectarAgro